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Louis Lavelle: biografia, filosofia, livros e frases

Redação Olavete
Escrito por Redação Olavete em 8 de fevereiro de 2021
Louis Lavelle: biografia, filosofia, livros e frases
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Conhecer Louis Lavelle é essencial para todos que buscam alimentar e desenvolver uma vida intelectual. Se este é o seu caso, então continue a leitura!

De fato, há inúmeros autores capazes de proporcionar as bases para solidificar o conhecimento humano. 

Embora menos conhecido, Lavelle é um bom exemplo deles, já que sua vida e obra são dotadas de ensinamentos peculiares e profundos.

Assim, como familiarizar-se com autores específicos é uma estrada certa para o conhecimento, não deixe de apreciar Louis Lavelle.  Para isso, confira adiante quem ele foi, sua filosofia, seus livros e muito mais!

Quem foi Louis Lavelle?

Louis Lavelle nasceu em Saint-Martin de Villéreal, comuna da França, no dia 15 de julho de 1883. 

Filho de um professor e uma fazendeira, Lavelle permaneceu até os seus sete anos nessa comuna. Mas mudou-se posteriormente para estudar no Saint-Étienne e Amiens.

Casou-se em 1913 e teve quatro filhos, sendo que o único menino faleceu em 1952.

Seu catolicismo fervoroso marcou bem sua vida e seus trabalhos, como é possível observar em suas obras.

Louis foi um dos principais filósofos franceses, que iniciou seus trabalhos ainda no século XIX e até hoje estende-se a importância dos seus estudos.

De uma forma geral, quanto a sua carreira:

  • Frequentou a Universidade de Lyon, França;
  • Em 1909: trabalhou como professor de Filosofia no Neufchâteau;
  • Em 1921: fez a defesa de sua tese de doutorado em Sorbonne;
  • Participou de organizações sindicais;
  • De 1924 a 1940: ensinou no Lycée Henri-IV e no Louis-le-Grand;
  • Em 1940: foi nomeado diretor de gabinete do Ministério da Educação francês;
  • Em 1941: foi colocado como inspetor geral da instrução pública;
  • Nesse mesmo ano, foi eleito presidente do Collège de France, sucessor de Henri Bergson;
  • Membro da Acádemie des Sciences Morales et Politiques;
  • Foi colunista do Jornal Le Temps;

Além de filósofo renomado, foi um professor, metafísico altamente reconhecido e escritor de diversos artigos. Ademais, atuou na frente de batalha do exército francês durante a Primeira Guerra Mundial em 1914.

Por essa razão, foi feito prisioneiro em 1916 em Verdun, onde escreveu a base de sua tese de doutorado: La Dialectique du Monde Sensible.

Louis Lavelle faleceu em 1 de setembro de 1951, também na França, em Parranquet.

Nomes como Paul Ricoeur, filósofo francês, o descreveu como: “uma mina de ouro, que o mundo ainda vai descobrir”.

Agora, se você quer conhecer mais profundamente esse autor, acompanhe a leitura!

A filosofia de Louis Lavelle

Lavelle contribuiu fortemente com a Filosofia.

E não é para menos: Louis Lavelle fez uma admirável união de variadas correntes filosóficas em suas obras.

Enquanto criticava o racionalismo científico, defendia a metafísica de um jeito ímpar, visto que na sua concepção, ela é resultado de uma busca dialética e teórica.

Cujo objetivo principal é de demonstrar ao ser humano caminhos diferentes de se alcançar a compreensão de seres particulares. 

Por tal razão, Lavelle via a metafísica como a consciência do homem em si e sua relação com o meio externo a ele.

Nesse sentido, pode-se dizer que os objetos de estudo de Louis são:

  • Axiologia: que é o estudo dos valores;
  • Existencialismo;
  • Método dialético: que une a “experiência interior ao raciocínio lógico”;
  • Investigação da natureza humana;
  • Relação existente entre a alma, o corpo e o espírito;
  • Dinamismo espiritual;
  • A memória como substância do ser;
  • O presente e o futuro;
  • A fé no Criador, o otimismo gerado e o conceito da salvação.

Para Lavelle, até mesmo a ética ganha um novo significado ao colocá-la como própria da ontologia.

E ainda, conhecido como Filósofo Espiritual, investigou o que ele chamou de intimidade espiritual e entendia a alma como um elo vivo com o Criador.

Em relação à questão de pertencimento ao mundo, Lavelle entendia que o corpo é a expressão clara desse pertencimento, ligando-o ao Fato Primitivo.

Outro ponto importante é a colocação dele sobre manter a alma presente no mundo por meio do contato com os outros seres e objetos.

Ou seja, ele destaca a importância de o homem não viver em um isolamento. Em seu entendimento sobre o que é o tempo, Lavelle respondeu como sendo a união entre o corpo e a alma.

Por fim, Louis Lavelle tenta localizar o ser na realidade, a fim de descobrir o mistério da sua essência.

Influenciado por Agostinho de Hipona, Maine de Biran e Nietzsche, Louis foi um dos mais importantes filósofos e metafísicos do mundo.

Tudo isso explica o porquê de Sertillanges o reconhecer como “o Platão dos nossos dias”.

Os livros de Louis Lavelle

É de se esperar que um grande filósofo e pensador como Lavelle possua obras autorais de se admirar. 

E ele não decepciona, justamente porque esse autor ao longo de sua vida escreveu obras brilhantes, que geralmente abordam temáticas como:

  • Consciência;
  • Liberdade;
  • Questões espirituais;
  • Existência do ser;
  • Análise psicologia;
  • Instrumentos de estudo da Filosofia.

De uma forma profunda e com linguagem objetiva, Lavelle escreveu mais de 20 obras e algumas delas já foram traduzidas para o português.

Sua escrita é elegante e mesmo desenvolvida nos século XIX ao XX, traz temas de uma grande importância para a atualidade.

Em outras palavras, os livros de Louis Lavelle são constituídos pela forma de pensar sua filosofia, a metafísica e sua experiência de vida.

Louis não cansou de relacionar a própria filosofia com certas reflexões da psicologia, tudo para compreender o ser. 

Consequentemente, tal combinação torna seus livros surpreendentes e necessários, o que justifica sua maior propagação nesses últimos anos.

Acompanhe para descobrir suas grandiosas obras!

O Erro de Narciso

Uma das principais obras de Louis Lavelle, O Erro de Narciso é resultado da análise profunda do autor acerca de um dos mitos mais conhecidos: o Mito de Narciso.

Obra de reflexão moral, contém os pontos apresentados anteriormente, tais como:

  • Compreensão não apenas filosófica, mas psicológica do ser;
  • Investigação da consciência;
  • Resultados do egoísmo para a consciência em si;

Para quem não lembra, esse mito conta a história do jovem Narciso, que possuía uma beleza exorbitante, responsável por sua extrema vaidade. Vaidade essa que fez com que Narciso voltasse seu olhar apenas para si. 

Como resultado, ele apaixonou-se por seu reflexo na água e morreu perseguindo sua imagem. 

A partir desse mito, Lavelle traçou observações importantes, dentre elas a de que o amor-próprio em excesso impossibilita a consciência do ser.

Assim, ele apontou que o erro de Narciso foi fechar-se para o mundo a sua volta e contentar-se apenas com sua imagem, mantendo o olhar centrado em si.

Pois esse autor afirma que ao fechar-se ou isolar-se do mundo, você está indo contra as capacidades humanas e de relacionamento. 

Ou seja, Lavelle diz que o ser humano necessita comunicar-se com os outros, a fim de haver um crescimento espiritual.

Em “O Erro de Narciso”, Louis revela que é essencial enxergar além de si mesmo, justamente para ir mais longe. 

Manter uma comunicação constante entre o interior de cada um, é o que torna o ser humano capaz de evoluir.

Prova disso, é que Narciso no seu egoísmo, estagnou no tempo, vivendo em função do seu reflexo.

Essa obra chama a atenção dos leitores para o autoconhecimento. Reconhecer a sua pequenez é um dos primeiros passos para contemplar a grandiosidade do mundo.

Ao mesmo tempo que você se reconhece pequeno, cresce. 

Na obra, é possível ver o amor-próprio exagerado como fator limitante para a ascensão dos homens.  

Sem dúvida alguma, a obra vale a recomendação!

A Consciência de Si

Quanto aos escritos moralistas de Louis Lavelle, esse é um dos mais aclamados.

Porque Lavelle faz uma investigação sobre:

  • Autoconhecimento;
  • Psicologia;
  • Moral;

Aliás, a obra que contém apenas 12 capítulos proporciona questionamentos e respostas até mesmo sobre a existência.

Cada capítulo apresenta uma ideia central, por exemplo:

  • Análise psicológica da existência;
  • Como tomar consciência do ser;
  • Estudo de conceitos como a gnose e a inteligência;
  • Paixão pelo conhecimento, ao passo que se mantém uma humildade;
  • Como se dá o nascimento de ideias;
  • O amor pelas ideias;
  • Análise a respeito do significado de escrever;
  • Qual o significado do ato, de agir;
  • A importância da aceitação e de também dizer um “sim”;
  • A relação entre o amor-próprio e a sinceridade;
  • A contraposição do ser solitário e do estar inserido em uma comunidade;
  • O relacionamento dos seres humanos com o passado, presente e futuro;
  • Como é o medo da morte e a relação das pessoas com a memória dos seus mortos;
  • Observação quanto aos bens do espírito;
  • A graça e plenitude acima de todos.

Ao fazer a leitura, você encontrará diversos ensinamentos importantes e realizará uma boa reflexão sobre si e sua maneira de se relacionar.

Regras da Vida Cotidiana

Outra grande obra de Lavelle, que pode ser usada como porta de entrada para seu mundo, pois o conteúdo é menos complexo.

Aqui você encontrará, como o próprio nome já diz, “Regras da Vida Cotidiana”. 

Isso porque o livro é composto por meditações e aforismos (textos curtos) escritos ao longo da vida de Lavelle.

Após sua morte, tais meditações foram condensadas e organizadas para formar o livro de profundo conhecimento.

Essa obra convida o leitor a fazer uma reflexão íntima. Além de que parte do pressuposto que todos precisam buscar regras que guiem seu próprio dia a dia.

Para Louis, as regras têm o propósito de fazer com que seja possível tomar consciência de si mesmo, mediante os acontecimentos da vida cotidiana.

Como resultado, ao seguir as regras certas, será possível escapar da superficialidade existencial e ver o menor gesto cotidiano, como profundo e significativo.

De certa maneira, você pode encontrar nessa obra algumas indicações ou dicas que te auxiliem no seu crescimento, quer seja intelectual, espiritual ou pessoal.

Algumas dessas regras são:

  • Dar mais atenção ao que as pessoas falam ou fazem;
  • Realizar suas ações pensando no todo, não apenas na parte;
  • Continuar em um pleno estado de atenção para o que acontece;
  • Ter disciplina.

Pelo contrário do que muitos pensam, essas regras não aprisionam, mas sim são eficazes para a liberdade do ser.

Portanto, para os iniciantes da vida de Lavelle, essa obra é uma excelente oportunidade de começar a entendê-lo.

A obra que foi escrita no século XX, permanece atual e necessária. Por isso, não deixe de adquiri-la.

Outros livros 

Como foi dito, Lavelle escreveu mais de 20 obras e muitas delas são traduzidas.

No entanto, a maioria ainda está em francês. Algumas delas são mais complexas e exigem um conhecimento mais aprofundado, então é mais recomendável começar pelas já descritas.

Mas elas todas contam com a escrita inteligente e específica de Lavelle.

Em português:

  • A Presença Total e Ensaios Reunidos
  • Ciência Estética Metafísica – Crônicas filosóficas
  • O Mal e o Sofrimento
  • A Presença Total e Ensaios Reunidos
  • Do Ser – Dialética do Eterno Presente, vol. I

Em francês:

  • Théorie générale de la valeur (Tratado dos Valores Tomo I – Teoria Geral dos Valores);
  • Le système des différentes valeurs (Tratado dos Valores Tomo II – O Sistema dos Diferentes Valores);
  • La dialectique de l’éternel présent, 2 – De l’acte (Dialética do Eterno presente Volume 2: O Ato);
  • Du temps et de l’éternité (Dialética do Eterno presente Volume 3: O Tempo e a Eternidade);
  • De l’âme humaine (Dialética do Eterno presente Volume 4: O Amor Humano);
  • De La Sagesse (Dialética do Eterno presente Volume 5: A Sabedoria);
  • La dialectique du monde sensible (A Dialética do Mundo Sensível);
  • De l’existence (Da Existência);
  • L’Existence et la valeur (A Existência e os Valores);
  • Manuel de méthodologie dialectique (Manual de Metodologia Dialética);
  • Introduction à l’ontologie (Introdução à Ontologia); 
  •  La Parole et l’écriture (A Palavra e a Escrita);

E não para por aí, ainda há muitas outras!

As melhores frases de Louis Lavelle

Esse ilustre filósofo proferiu frases marcantes, de uma profundidade significativa.

Algumas dessas frases você pode ver adiante:

  • “Não pode haver real amizade entre os que, antes de tudo, não têm fé nos mesmos valores”;
  • “Narciso exige do olhar nu a contemplação de sua pura essência, mas ele só pode lhe dar a aparência – eis o drama de que padece”;
  • “A mentira é a recusa do próprio ser perpetrada pelo eu”;
  • “O amor começa na contemplação”;
  • “A santidade assemelha-se a uma nova natureza: é por sua vez a renúncia e a perfeição da natureza”;
  • “A sabedoria consiste em aceitar o nosso destino como se nós próprios o tivéssemos escolhido”;
  • “O maior bem que podemos fazer aos outros é levá-los a descobrir sua própria riqueza”;
  • “A vocação aparece no momento que o indivíduo reconhece que não pode ser para si mesmo seu próprio fim, que ele pode ser apenas o mensageiro, o instrumento e o agente de uma obra para a qual coopera e na qual o destino do universo inteiro está interessado”;

Viu só? Lavelle ainda é bastante atual e tem muito para ensinar sobre a existência do ser e o mundo espiritual. 

Em síntese, agora que você conhece a biografia e obra de Louis Lavelle, pode ver porque esse grande filósofo é altamente necessário para a vida intelectual. Então não perca seu tempo e comece leitura de seus livros que são tão atuais!

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